Como pais, às vezes sentimos que, para sermos “bons pais”, precisamos controlar ou até mesmo manipular o comportamento de nossos filhos. Esse tipo de atitude pode causar o efeito contrário, sobretudo quando lidamos com crianças pequenas, cujo “trabalho” é explorar e examinar o mundo ao seu redor.
Uma criança de dois anos não possui nenhum conceito sobre “fazer bagunça”, ou porque o que ela está fazendo é uma bagunça, ou porque a bagunça é ruim. O seu instinto natural de experimentar, tocar e aprender é muito forte e quando um adulto pune uma criança por causa desse instinto inerente, o resultado é sempre a confusão e a raiva.
Talvez você esteja pensando: “Mas eu não posso permitir que meu filho corra por aí sem controle!” Claro que não, mas uma criança pequena precisa ser re-dirigida e não punida por causa de seu desejo natural de explorar. Se os pais simplesmente reagem sem avaliar o comportamento da criança, a primeira reação instintiva será de punir e impedir o comportamento indesejado. Mas existem outras alternativas simples:
- Respire fundo e tente não reagir tão rápido a qualquer coisa que seu filho faça. Se você simplesmente reagir sem ter tempo de avaliar a situação, você corre o risco de perder a causa subjacente do comportamento indesejado. Encontrar essa causa oculta é de extrema importância, pois uma vez que você entende o que se passa por trás do comportamento indesejado de uma criança, você pode ser capaz de impedir antes mesmo que ele comece.
- Lembre-se que nosso trabalho como pais é de fornecer aos nossos filhos as informações necessárias para que eles não cometam erros socialmente inaceitáveis. Para isso, eles devem aprender pelo exemplo e não por ameaças ou punições. As crianças são seres inteligentes e não precisam ser castigados para se conformar a certas regras, principalmente quando eles tem a oportunidade de aprender as normas da vida em família com amor e compaixão.
- Um bom exemplo de avaliação de um incidente irritante com uma criança seria um bebê de um ano todo contente derramando leite no chão. Se você pune um bebê por causa disso gritando, batendo em sua mão e ficando nervoso, você só vai acabar irritando e assustando seu filho. Castigos desse tipo são ineficazes porque uma criança de um ano não é capaz de compreender o conceito de gravidade ou porque o ato de derramar leite é errado. A maior parte dos bebês e crianças pequenas estão apenas respondendo ao instinto natural de explorar e definir o mundo a seu redor. Eles não estão sendo “maus” de maneira alguma.
O que acontece, então, quando uma criança é punida por causa de sua curiosidade natural? Ela começa a sentir que o mundo é um lugar perigoso e, consequentemente, se torna menos confiante e mais temerosa. Quando uma criança é punida sem entender a razão, acontece uma perda de conexão e confiança com seus pais. O medo e o estresse interferem com a capacidade da criança pensar e aprender de uma maneira saudável.
Então o que podemos fazer?
Entenda claramente que, parando para avaliar a situação, você não está “mimando” seu filho. Você está lhe ensinando que ele é respeitado e, ao mesmo tempo, está solidificando a relação pai/filho, pois está tentando entender o que está por trás de seu comportamento.
O desejo que uma criança tem de explorar não contém más intenções em relação a seus pais. Quando uma criança se depara com repreensões, ameaças, gritos ou até castigos físicos, seu sentimento de segurança e confiança é abalado. Não esqueça que seu filho está sempre buscando seu amor e aprovação e a melhor maneira de oferecer isso a uma criança é dando atenção. É por isso que às vezes vemos uma criança se comportando mal para conseguir atenção. Nesse caso, para ela, a sua atenção negativa é melhor que atenção nenhuma.
Portanto, dê a seu filho a atenção de que ele precisa seguindo essas simples etapas, sempre que ele estiver se comportando mal:
- Dê a você mesmo tempo suficiente para avaliar o mau comportamento.
- Reaja de maneira apropriada de acordo com a idade da criança.
- Abandone a ideia de punir. Ao invés disso, ensine, redirija e encoraja seu filho. Ele sempre responderá à sua aprovação e amor.
E, como sempre, desejamos que você tenha um relacionamento maravilhoso com seus filhos!
Até a próxima!
